terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A CAPOEIRA COMO ATIVIDADE TERAPEUTA.NOVAS POSSIBILIDADES DE REABILITAÇÃO

Escrito por Acúrsio Esteves.

O Professor Acúrsio Esteves, nos envia esta importante matéria onde o autor da ênfase a importância da capoeira como ferramenta de inclusão social e arma de cidadania e reabilitação... Gostaria de deixar uma ressalva à importância dos trabalhos que diversos Mestres "educadores" vem desenvolvendo dentro desta abordagem: Capoeira na 3ª idade - Capoeira para deficientes - Capoeira Cidadã...
Luciano Milani
No final da década de 60, nos Estados Unidos, atividades artísticas começaram a ser aplicadas na recuperação de pessoas portadoras de necessidades especiais. A ONG Very Special Arts, por exemplo, trabalha no sentido de integrar essas pessoas ao mercado de trabalho valendo-se das técnicas artísticas. O principal elemento proporcionado por estas atividades e que, às vezes, não são encontrados no tratamento convencional, é a motivação. Sessões de Fisioterapia, que se prolongam por meses se forem conduzidas de forma mecânica e impessoal, como felizmente está deixando de acontecer, além de serem um tormento para estas pessoas, não irão despertar nelas satisfação no que fazem e, conseqüentemente, funcionará como um fator limitante para os seus progressos. A grande vantagem dessas formas alternativas é que o paciente não costuma vê-las como uma atividade terapêutica, mas como uma oportunidade lúdica, prazerosa, com uma gama incrível de possibilidades de auto-superação em que seus progressos são mais facilmente quantificáveis.
Nessas atividades também se insere a capoeira, pois ela é uma manifestação artística multifária que engloba, por conseguinte, em uma só atividade, elementos variados que não se encontram juntos em outra manifestação artística. Ela trabalha a sensibilidade, o intelecto e a afetividade através do mais importante referencial de vida do ser humano: o seu corpo. Em relação ao desenvolvimento motor, ela sugere movimentos que alternam alongamento, contração, relaxamento e explosão (força x velocidade). Esses movimentos influenciam no tratamento regulando o tônus muscular, melhorando diretamente o equilíbrio dinâmico e recuperando indiretamente o equilíbrio estático; vão deixar em estado de alerta os sistemas de proteção, ajudando na prevenção de acidentes como quedas e diminuindo as atividades exacerbadas dos hipercinéticos. Ela auxilia também na percepção tempo espacial dos deficientes visuais, ajudando no desenvolvimento dos seus sentidos remanescentes, diminuindo o nível de agressividade de portadores de alguns problemas mentais, permitindo assim uma melhora significativa na qualidade de vida e do desenvolvimento físico. Além dessas, muitas outras vantagens poderiam ser citadas.
Cada movimento realizado, cada limitação superada, cada novo aprendizado assimilado e cada etapa atingida e vencida representam uma vitória tamanha e um grau de satisfação tão grande para estas pessoas que talvez nós, “perfeitos”, não tenhamos a capacidade de sentir. Por outro lado, cada dificuldade apresentada, cada obstáculo a ser vencido, representa o desafio da auto-superação e sugere tenacidade e autodeterminação.

Sob outra ótica, a possibilidade de cantarem, tocarem um ou vários instrumentos, superarem limites físicos através de movimentos que estimulam a sua coordenação psicomotora, conhecerem com mais proximidade outras pessoas com graus diferentes de limitações ou normais, ajudá-las e por elas serem ajudados e conhecerem a história dos seus ancestrais, dentre outras possibilidades culturais é o cardápio oferecido em uma única atividade. As possibilidades de realização de pesquisas históricas relativas à capoeira e manifestações correlatas² podem contribuir para elas se expressarem através da escrita e incentivar o gosto pela leitura. O registro gráfico dos seus símbolos, sob a forma de desenhos através das suas diferentes técnicas, favorece também a expressão artística da pintura. Sendo assim, como parte de uma equipe multidisciplinar, o profissional de capoeira, contribui de forma significativa para o tratamento de inúmeras deficiências, pois a referida atividade ajuda na inclusão social, no exercício da cidadania, aumenta ou desperta a auto-estima, aviva o espírito e enleva a alma. Ela é uma importante aliada aos procedimentos tradicionais adotados pela Fisioterapia, Terapia Ocupacional e pela Medicina. Nessa perspectiva, o trabalho realizado pela Associação Cultural Corrente Libertadora é um bom exemplo de como essa proposta é viável. A Associação foi criada em 1976 pelos irmãos Maurício, Eufradísio, Eufrásio (Tigrão) e Magnólia; baianos de Floresta Azul, radicados no estado de São Paulo. Eles têm ainda o apoio da psicóloga Laura Maria Jorge Carvalho e mais 24 instrutores formando o seu grupo de trabalho, segundo matéria assinada por Letícia C. De Carvalho publicada na revista especializada Praticando Capoeira, ano 1 nº. 3.
O desenvolvimento do ensino da capoeira para este tipo especial de aluno exige uma atenção redobrada do professor. Para um melhor desenvolvimento da proposta, além de dever trabalhar com um número suficiente de auxiliares, é aconselhável que ele se qualifique bem através de cursos que sugerem a inclusão, geralmente dados por instituições públicas ou organizações do tipo APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), para poder prestarem um melhor atendimento. A reabilitação nessa área geralmente é muito dispendiosa para os pais, por isso uma atividade lúdica, que possa acelerar o processo, vem dar uma contribuição importante também para se reduzir significativamente os gastos com o tratamento.Faz-se necessário que a sociedade dispa-se dos seus preconceitos e aprenda como as crianças a aceitar as diferenças como algo normal, e que estas diferenças, devam servir para aproximar, ao invés de separar as pessoas. Nessa perspectiva, sugiro a composição de turmas mistas quanto ao sexo, graus de dificuldades e necessidades especiais em diferentes níveis, bem como a necessária presença de outros alunos que não as tenham.* O professor e pesquisador Acúrsio Esteves, é formado em Educação Física pela UCSal, com mestrado em Gestão de Organizações UNIBAHIA/UNEB e é professor da Secretaria Municipal de Educação de Salvador. Leciona também nas Faculdades Jorge Amado e Fundação Visconde de Cairu, respectivamente nos cursos de Educação Física e Turismo, sendo também autor dos livros Pedagogia do Brincar e A “Capoeira” da Indústria do Entretenimento, de onde foi retirado este fragmento de capitulo. Aqui registramos a colaboração do colega Antônio Luiz Ferreira Bahia, professor de Educação Física do Instituto de Cegos da Bahia e da colega fisioterapeuta Maria da Conceição Souza.

ENTREVISTA DA JORNAL MUNDO CAPOEIRA COM O MESTRE CEARÁ


Mestre Ceará
Entrevista com Mestre Ceará
Foto: Acervo Mestre Ceará
Jornal Mundo Capoeira: fale sobre seu inicio na capoeira:
Francisco Aloisio Teixeira Filho, nascido em 31-07-1971-solteiro filho de Francisco Aloisio Teixeira e de Maria do Carmo Mendonça natural de BELÉM-PARÁ, meu inicio foi em em fortaleza no bairro nova Assunção nos meiados dos anos oitenta, na época quém me ensinava era o Professor Cleilson, depois ele filiou-se ao mestre jair grupo do marabaiano com quem me formei em 1993, depois, passei a fazer parte do grupo muzenza e recebe a corda de contra mestre em curitiba em 1996 pelo mestre Burguês , no segunda curitiba open de capoeira. 2001 eu passei a fazer parte da PASSEI A FAZER PARTE DA FUNDAÇÃO INTERNACIONAL CAPOEIRA ARTES DAS GERAIS DO MESTRE MUSEU POR QUEM FUI FORMADO A MESTRE, HOJE TENHO MEU PRÓPRIO TRABALHO A CIA CAPOEIRA VOLTA AO MUNDO..
Jornal Mundo Capoeira: por qual motivo você escolheu a capoeira?
Entrei na capoeira para fazer fisioterapia, eu não tinha dinheiro para pagar um fisioterapeuta, aos dois anos eu tive paralisia infantil e não andava e a capoeira e DEUS foi quem me curou.
Jornal Mundo Capoeira:porque o apelido ceará?
Ganhei em curitiba, quem me deu esse apelido foi o Mestre Burguês, a quem eu devo tudo que eu sou na capoeira, e sempre terei orgulho de dizer que ele me ensinou e me apresentou para vários mestres de renome a família muzenza me ajudou na trajetória e nunca vou esquecer.
Jornal Mundo Capoeira: O que a capoeira representa em sua vida?
Ela é a minha vida, ela é quem me dar prazer, agradeço a Deus primeiro por ter conhecido ela, por isso eu sou movido pela capoeira, eu sou movido pelo berimbau, ela se encantou comigo e eu me encantei com ela, ela é razão do meu viver
Jornal Mundo Capoeira: Um momento que marcou sua vida na capoeira?
O momento que marcou a minha vida foi quando eu comecei a trabalhar com deficientes visuais e comecei ser valorizados pelo meu trabalho.
Jornal Mundo Capoeira: Fale um pouco sobre seu trabalho em BH:
O trabalho que venho desenvolvendo em Belo Horizonte, é um trabalho novo em escolas, são projetos sócias e em comunidades carentes para os alunos participarem das aulas tem que ter disciplina e boas notas.
Jornal Mundo Capoeira: Fale um pouco sobre sobre seu projeto social, com crianças carentes:
Venho desenvolvendo um projeto social em escolas ,clubes, quartéis e associações, aqui em Belo Horizonte-MG , atendo cerca de 500 crianças temos um projeto em 6 estados, tenho um orgulho muito grande pois eu tenho uma equipe de professores que trabalham em prol da capoeira e com a mesmo ideal.
Jornal Mundo Capoeira: Como descreveria o papel do mestre de capoeira?
Na minha opinião eu acho que o mestre de capoeira tem que ser o segundo ou primeiro pai do aluno, por isso ele tem que dar exemplo, para que seus alunos possa segui-los.
Jornal Mundo Capoeira: Agradecimento em especial:
Agradecer a DEUS, por ter me dado essa oportunidade de ser capoeirista, aos mestres que contribuirão para meu sucesso em especial o mestre museu que estar me ensinando muita, dentro e fora da capoeira , não posso esquecer dos meios de comunicações que vem contribuindo muito para o sucesso da nossa capoeira no MUNDO, entre eles estar o Jornal Mundo Capoeira que veio para ajudar e reforçar os capoeiristas estão de parabéns, não posso esquecer da revista praticando capoeira que também sempre ajuda muitos os capoieristas e sinpatizantes.
jornal mundo capoeira: deixei Sua mensagem aos capoeristas.
a capoeira é uma arte muito bela e que todos devemos cultivar e preservar com muito carinho, ela mostra o certo e o errado, lhe apresenta muitas pessoas e lhe leva a onde você nunca imaginaria que poderia estar, prático capoeira a mais de 20 anos e eu lhe digo que o golpe mais forte do capoeirista é a humildade, e quem não tem não chegará a lugar nenhum, eu e todos da cia capoeira volta ao mundo desejamos muita paz e união para todos capoeiritas, pois assim agente chega a algum lugar.

CIA VOLTA AO MUNDO DE SANTA CATARINA- MESTRE CEARÁ E EQUIPE


Domingo, 25 de Novembro de 2007

Mestre Ceará e sua turma em SC.


Turma do Mestre CEARÁ em Chapecó - CIA VOLTA AO MUNDO.
Postado por marcio às 07:30 0 comentários
Domingo, 15 de Julho de 2007

capoeira na net...

CURSO DE CAPOEIRA MESTRE CEARÁ EM XAXIM-SC
O curso de Capoeira promovido pela Escola Comunidade Brasil, na cidade de Xaxim, SC, foi ministrado pelo Mestre Ceará, professores e graduados da CIA CAPOEIRA VOLTA AO MUNDO. O número de participantes foi um dos mais representativos, contando com a presença de crianças, adolescentes e adultos. O apoio institucional da prefeitura deste município foi fundamental; representantes da cultura e do esporte tornaram o curso um belíssimo encontro de capoeiristas. Mestre Ceará ensinou capoeira dando ênfase na construção da cidadania, levando sempre em consideração os portadores de necessidades especiais e valorizando a participação infantil nesta arte. Foram abordados temas como: maculelê, samba de roda, táticas de jogo, acrobacias e esquivas.
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Encontro Brasileiro de Capoeira
em Curitiba PR
A escola de Capoeira Comunidade Brasil, de SC, marcou presença no evento realizado em Curitiba com a supervisão de Mestre Ceará. Capoeiristas de diversos estados, incluindo Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Ceará, realizado neste dia 15 de julho, um encontro de aprendizado e muito jogo. A participação de Mestre Sergipe engrandeceu o evento. Na programação estavam contidos um aulão aberto pela parte da manhã, batizado e roda na parte da tarde. A EQUIPE DA CIA VOLTA AO MUNDO-SC foi representadas pelo professor Cascata, graduados Babuíno, Onix, Arame, e alunos; também fez parte do coletivo o graduado Aritana do grupo Beribazu... Um dialogo aberto acerca da prática da Capoeira com o Mestre Sergipe e Mestre Ceará para com todos os participantes: foi a capoeira do oeste catarinense.
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IMÁGENS... Mestre Ceará, Mestre Sergipe e Babuíno. Professor Cascata no aulão da Comunidade
Professor Cascata no samba de roda Aula de maculelê ministrada pelo Mestre Ceará______________________________________________________________________
CAPOEIRA: Na volta que o mundo deu Patrimônio cultural brasileiro, a Capoeira, ou o ato de capoeiragem, vem se desenvolvendo ao longo de séculos. Não é possível conhecer a história de nosso país, desde a colonização portuguesa até esta requintada colonização econômica que vivenciamos hoje, sem levarmos em consideração as práticas afro-indíginas. Conforme trabalho científico editado pela universidade de Coimbra, a “Capoeira é algo singular; é um mundo ímpar onde a expressão cultural é a vida em sua mais profunda manifestação”.Trabalhos acadêmicos de diversas ordens e de diversas partes do globo tem descrito de forma muito clara aquilo que vivenciamos diariamente. O espetáculo de um jogo, uma arte, uma luta e uma dança; ou, para sintetizar as múltiplas definições: a livre expressão que contribuiu para o desenvolvimento do Brasil, independentemente das moedas e suas cotações.A prática da Capoeira, sendo singular manifestação de um povo, possui ramificações que fazem desta um emaranhado cultural. Sua especificidade enquanto arte marcial (entre outras definições) deve-se ao fato de ser conduzida por um ritmo melódico; os praticantes, no embalo de cadências sonoras, possuem um mundo próprio simbolizado no círculo a que chamam de “roda de Capoeira”. E é esse mundo do capoeirista que abordaremos neste ensaio, enfatizando sempre, a diversidade terminológica e o sentido conceitual contemporâneo da Capoeira.
Graduado BABUÍNO, Chapecó - SC.
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Falando de Capoeira
Uma das grandes dificuldades de permanência de novos alunos nesta área de conhecimento é decorrente das falácias que estigmatizam o cotidiano das rodas de Capoeira. A afirmação nada verdadeira de que o praticante deve entrar na roda e assumir um desafio a qualquer preço, não passa de mentira induzido por um aspecto de violência e falta de consideração pela prática cultural. Aprender Capoeira significa entrar em um mundo de conhecimento vasto e quase isento de limites; todavia, não podemos confundir-nos e deixar propagar a idéia, de que o praticante de Capoeira hoje é uma pessoa que luta por sua vida dentro de uma roda: não estamos mais no período colonial, onde o negro, a cada instante, poderia investir em uma luta física para manutenção de sua vida. O capoeirista contemporâneo, usufrui desta arte e até mesmo desta luta, com um caráter de propagador cultural; um atleta; um músico; um dançarino; um agitador cultural. Porém, jamais utiliza-se da Capoeira para a resolução de questões que dizem respeito somente a um código de leis estabelecido e consagrado. É necessário, não apenas para o capoeirista, mas para o cidadão brasileiro, entender e propagar a idéia de que a Capoeira é, acima de muito, uma arte secular, e, que seu desenvolvimento positivo depende de sua utilização; o primeiro passo neste caso é não confundir e não defini-la erroneamente: conceitualiza-la por analogia é algo que precisa ser interrompido. Ou propomos uma nova definição, ou tomamos todos os cuidados para defini-la segundo uma tradição; ai, portanto, requer minimamente um conhecimento histórico filosófico acerca destas questões, o que impossibilita qualquer praticante iniciante de criar conclusões precipitadas. A roda de Capoeira não é uma arena onde se aposta a vida. Os praticantes podem muito bem, e além de poder eles devem, prezar por sua integridade física e psicológica como pessoas livres que usufruem de todos os direitos concernidos aos cidadãos. Aceitar desafios que coloquem em risco sua saúde, ou seja, ter relações de jogo com pessoas que possam lhe causar lesões físicas, seria algo aceitável somente por praticantes com algum distúrbio mental. Neste caso, qualquer capoeirista de sã consciência agirá segundo regras que lhes garantam um integridade e isentem-no de todas as ações que possam vir a atravancar-lhe o desenvolvimento singular de conhecedor e praticante desta arte. Para sintetizar o exposto, seguimos a esteira de Vicente Ferreira Pastinha, um dos grandes nomes da Capoeira. A violência nas rodas é puro pretexto para uma comunidade voltada ao ato do consumismo. O bom lutador, segundo este insigne mestre, é aquele que mostra que poderia se apoderar fisicamente de seu oponente, mas, que faz-se vencedor apenas dando a conhecer pelo vencido através de um movimento corporal. Ou seja, mostrar que poderia bater mas que não o fez apenas para garantir a saúde e o respeito a seu oponente. O bom praticante de Capoeira sabe que, mais que um oponente em uma roda, ele tem um 'camarada'; alguém com quem pode cantar, tocar instrumento, usar de malandragem. É visível que existe uma impossibilidade de compartilhar todas estas questões de entretenimento, como dito, de dança, música, malandragem, e, no final, da brincadeira e do jogo, agredir outra pessoa causando hematomas em sinal de imposição de poder. Já vivemos saturados e sufocados pela micro-física quase invisível do poder. A roda da Capoeira não necessita desta relação atrofiadora que está assolando grande parte de seus praticantes. Um dos argumentos mais pejorativos neste mundo encantado da Capoeira é de que o Capoeirista é um lutador como qualquer outro praticante de arte marcial oriental. Nada disso. A Capoeira é singular; tem um caráter de desenvolvimento social que a diferencia e projeta-a longe das outras: a roda de Capoeira não é uma luta assumida, como as lutas orientais, onde, pré-estabelecidamente, cada um dos praticantes sabe qual é sua finalidade. Com a Capoeira é diferente. O praticante tem intuito fundamental de diversão, aprendizagem e exposição de malandragem. Isso tudo deixa claro que a questão da luta não está em primeiro plano em uma roda. Um aprofundado estudo antropológico poderia provar o contrário. Todavia, o que se tem de material publicado, apenas reforça o seguinte enunciado: o capoeirista usava de suas técnicas corporais, ao longo de sua história de libertação, para com outras pessoas, alheios a seus movimentos. O próprio ingresso de mestre Pastinha na capoeira se deu dessa forma. Ensinaram-lhe Capoeira para defender-se dos ataques de um menino que não entendia da arte. Assim, a questão da luta da Capoeira pode ser resumida no confronto entre duas pessoas, em que, uma ou até mesmo ambas fazem uso de técnicas utilizadas na pratica da Capoeira, independentemente de uma roda ou de música. Qualquer pessoa, conhecendo arte marcial ou não, pode fazer uso de seu corpo para agredir ou defender-se de agressões, montando assim, uma seqüência de movimento que podem ser entendidos como “luta”. A arte da Capoeira está além disso.O capoeirista esta munido de técnicas corporais que lhe permitem utiliza-la na forma de luta, mas, somente o fará, se for de sua vontade, e jamais por determinação desta. A defesa pessoal é fundamental para qualquer cidadão. E a prática da Capoeira sem dúvida contribui para isso, munindo o praticante com golpes mirabolantes e perigosos no contato com outras pessoas; mas isso não justifica a ação violenta e pejorativa da pessoa que se intitula lutador de Capoeira para com membros da sociedade em geral. Sempre podemos ser bons lutadores, jogadores ou simplesmente cidadãos, sem precisar faltar com respeito nem causar lesões a outros; saber utilizar a luta na hora certa, da dança e do jogo em locais e hora própria é ter a certeza de contribuir para o livre desenvolvimento de nossa filosofia de vida, de nossa Capoeira.
Professor Cascata, Chapecó - SC.

MESTRE PASTINHA


Mestre Pastinha
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Imagem:Mestre Pastinha.jpg
Mestre Pastinha
Vicente Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1899 - Salvador, 13 de novembro de 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história.

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[editar] Biografia
Mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em 1899 (posteriormente à publicação da edição de 1961 de Bahia de Todos os Santos de Jorge Amado, onde o autor diz que ele tem "mais de 70 anos", atribuiu-se ao venerável mestre um ano de nascimento em 1889, com resistância de diversos autores) dizia não ter aprendido a Capoeira em escola, mas "com a sorte". Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha no jogo, ainda garoto. Em depoimento prestado no ano de 1967, no 'Museu da Imagem e do Som', Mestre Pastinha relatou a história da sua vida: "Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza." A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.
"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui". Começou então a formação do mestre que dedicaria sua vida à transferência do legado da Cultura Africana a muitas gerações. Segundo ele, a partir deste momento, o aprendizado se dava a cada dia, até que aprendeu tudo. Além das técnicas, muito mais lhe foi ensinado por Benedito, o africano seu professor. "Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (...). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito."
Foi na atividade do ensino da Capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da Capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Foi o criador da Capoeira Angola e grande incentivador da Capoeira Tradicional como os escravos jogavam.
Fundou a primeira escola de Capoeira Angola, o "Centro Esportivo de Capoeira Angola" no Brasil, no Pelourinho, na Bahia. Hoje, o local que era a sede de sua academia é um restaurante do Senai.
Entre seus alunos estão Mestres como João Grande, João Pequeno, Curió, Bola Sete (Presidente da Associação Brasileira de Capoeira Angola), entre muitos outros que ainda estão em plena atividade.
Vicente Ferreira Pastinha morreu no ano de 1981. Durante décadas dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus discípulos. E continua vivo nos capoeiras, nas rodas, nas cantigas, no jogo. "Tudo o que eu penso da Capoeira, um dia escrevi naquele quadro que está na porta da Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, capoeira, mãe. E embaixo, o pensamento:
"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista."

MESTRE BIMBA


Mestre Bimba
Nasceu em 23 de Novembro de 1900
Faleceu em 05 de Fevereiro de 1974
Residência: Sítio Coroano nº 57 - Nordeste de Amaralina
Comercial: Rua Francisco Muniz Barreto nº 01 - Pelourinho
Profissão: Professor de Capoeira
Local de Trabalho: Residência
Nº Carteira de Identidade 318.72 - Instituto Pedro Mello
Altura:1,93
Peso: 89 quilos
Filiação: Luiz Cândido Machado/Maria Martinha do Bomfim
Documento obtido na Comissão de Desportos da Aeronáutica no Estado da Guanabara, - 2º simpósio sobre capoeira realizado na Academia de Força Aérea (AFA) entre os dias 08 e 09/11 /69 sábado e domingo.
Manoel dos Reis Machado, nasceu na Periferia do bairro de Brotas, recebeu de “batismo” o nome BIMBA, em decorrência de uma aposta feita entre a sua mãe e a parteira que dizia ser um menino.
Surge aí o apelido BIMBA!
O primeiro local onde Mestre Bimba treinou capoeira era conhecido como Estrada dos Boiadeiros no bairro da Liberdade, seu primeiro mestre foi o Africano Bentinho capitão da Companhia de Navegação Baiana.
Mestre Bimba, iniciou a capoeira aos 12 anos de idade. Seu curso teve a duração de 04 anos e o método era a capoeira antiga, esta mesma capoeira ele conseguiu ensinar por 10 anos, o local das aulas era conhecido como “Clube União em apuros”, no bairro da Liberdade (bairro este habitado por pessoas na sua maioria de pele negra).
Desta forma a capoeira foi reconhecida como “Esporte nacional” e o mestre Bimba reconhecido pela Secretaria de Educação e Assistência Pública do Estado da Bahia com Professor de Educação Física e sua academia foi a pioneira no Brasil á ser reconhecida por Lei.
Uma personalidade da vida política e social, que desfrutava sempre se sua companhia, era o governador da Bahia Dr. Joaquim de Araújo Lima.
No ano de 1929, Manuel dos Reis Machado com sabedoria exemplar resolveu desenvolver um estilo diferente da capoeira Angola, fazendo a junção do Batuque com a capoeira de Angola, surge aí a Capoeira Regional que ano á ano vem sempre desenvolvendo mudanças mais eficientes, como forma de luta.
A graduação, aquela época era caracterizada por lenços.
Em 1932 fundou sua primeira academia no bairro do Engenho Velho de Brotas. Oficialmente a primeira academia de capoeira a ter seu alvará de funcionamento datado de 23 de Junho de 1937.
No mesmo ano, fez á primeira apresentação do seu trabalho para o interventor general Juraci Magalhães, onde havia presentes autoridades civis, militares entre outros convidados ilustres.

Em 1939, Mestre Bimba ensinou capoeira no Quartel do CPOR.
Em 1942 instalou sua segunda academia.



Em 1953, Mestre Bimba se apresentou para o presidente Getúlio Vargas, este declarou ser a Capoeira o único esporte verdadeiramente nacional.




Mestre Bimba e alguns alunos de Capoeira, estudantes de Medicina, nos anos 20


Como a capoeira não era bem vista aos olhos da sociedade, Mestre Bimba resolveu registrá-la como Centro de Cultura Física Regional, localizada na Rua Francisco Muniz Barreto. 01 – Pelourinho.
Em 1972, realizou a última formatura do centro de cultura física regional, nesta formatura o (Mestre Vermelho*) foi o orador.
Manoel dos Reis Machado, o mestríssimo Mestre Bimba, é o pai da capoeira regional. Aprendeu capoeira aos 12 anos de idade, com o mestre africano Bentinho. Já adulto, exerceu funções de destaque para a cultura baiana. Foi alabê no candomblé, função de zelador do terreiro. Pelo porte grande e respeito que imprimia, ganhou o apelido de Rei Negro e era saudado pelo grito de guerra "Bimba é bamba!". Em 1949, o escritor Monteiro Lobato o conheceu e lhe dedicou o conto Vinte e dois de Marajó, que conta a história de um marinheiro capoeirista.
a.B e d.B (antes de Bimba e depois de Bimba). Assim podem ser entendidas as mudanças sofridas pela capoeira no início de século. Antes de Bimba, a luta era ilegal, passível de punição pelo Código Penal, discriminada pela burguesia como coisa de malandro, de escravo fujão. Os capoeiristas sequer sonhavam em sobreviver dessa manifestação popular.
Bimba rompeu com este ranço. Deixou as funções de carroçeiro, trapicheiro, carpinteiro, doqueiro, carvoeiro para abraçar a capoeira e o seu instrumento mais ilustre, o berimbau, hoje identificado como símbolo da Bahia nos 5 continentes. Porém, no Brasil, só em 1999 a capoeira e o berimbau tiveram seus termos, como abadá e aú, incluídos na edição do Dicionário Aurélio, livro referência da língua portuguesa.
Se estivesse vivo, Mestre Bimba completaria 103 anos em novembro último. Morreu aos 74 anos, em Goiânia, sem presenciar a profissionalização da capoeira que ajudou a criar. "Meu pai morreu de banzo (tristeza), por não ver a capoeira respeitada", revela o filho Demerval machado, o Mestre Formiga.
Mestre Bimba acreditava que a capoeira tinha que se renovar para não ser engolida pelas lutas gringas. A preocupação, apesar de à primeira vista soar bairrista, tinha razão de ser. Até hoje, são lutas como o boxe americano e o judô japonês que circulam na mídia, nas Olimpíadas, lotando estádios e enriquecendo seus atletas, empresários e patrocinadores.
Lutando incessantemente para que a capoeira fosse reconhecida como a legítima arte marcial brasileira, Mestre Bimba criou a Capoeira Regional, jogo que ganhou este batismo pela aversão do mestre a estrangeirismos, fazendo questão de chamá-la de "Luta Regional Baiana". A Capoeira Regional é um estilo menos ritualístico do que a capoeira tradicional, conhecida como angola.
Os golpes introduzidos por Mestre Bimba facilitavam a defesa pessoal quando do embate com praticantes de outras lutas, como as artes marciais importadas muito populares no Brasil nas décadas de 30 e 40. Nessa época, desafiou todas as lutas e consagrou-se como primeiro capoeirista a vencer uma competição no ringue, quando o público incentivava com o grito de guerra "Bimba é bamba!".
Centenário - O centenário de Mestre Bimba coincide em mês com o aniversário de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que deu origem ao Dia Nacional da Consciência Negra. Essa dupla de negros valentes batizou o evento Zumbimba, que marcou a inauguração do Centro Educacional Mestre Bimba (CEMB), dedicado aos estudos da capoeira, com sede em Itaboraí, interior do Rio de Janeiro.
"Escolhemos um lugar onde há mato, porque Mestre Bimba gostava de treinar a capoeira de emboscada, técnica na qual o capoeirista se esconde no mato fechado, e quando Mestre Bimba tocava seu apito, todos apareciam de seus esconderijos para surpreender o capoeirista com ponteiras de metal, e este tinha que se desviar dos ataques. Era praticada pelos escravos para facilitar a fuga", explica Mestre Camisa, coordenador da Associação Abadá-Capoeira.
CAPOEIRA, A FILOSOFIA DO CORPO
Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba, como ficou conhecido, foi a liderança mais importante do secular mundo da capoeira no século 20. Podemos dizer, sem sombra de dúvida, que o Mestre Bimba foi o criador da moderna capoeira, hoje marca registrada do Brasil que percorre o mundo todo.
Apesar de tudo, pouco se escreveu de consistente sobre o Mestre Bimba. Esquecido por uns, denegrido por outros, seu legado foi fragmentado entre seus diversos alunos, e sua obra parecia sepultada no silêncio, mesmo dentro do mundo da capoeira.
Por tudo isso, o livro do renomado professor Muniz Sodré guarda o sabor de resgate que há muito se esperava para a obra de alguém que dedicou a vida inteira pela "arte brasileira".
Muniz não fala como um antropólogo ou sociólogo distante. Ele foi aluno em terna idade do Mestre Bimba e pôde comprovar o carisma e a liderança que Bimba tinha sobre seus alunos. Esta presença em corpo e alma na história da Capoeira Regional (a grande criação do Mestre Bimba), faz do depoimento de Muniz um testemunho emocionado e cativante.
O livro começa com o tardio reconhecimento do mundo universitário da Bahia, com o título de Doutor Honoris Causa concedido post mortem ao Mestre Bimba em 1996, apesar de no restante da universidade brasileira a capoeira continuar sendo considerada como "coisa de vagabundo". A partir daí, Muniz navega na grandiosa trajetória do Mestre Bimba, encimando os capítulos com os versos das cantigas de capoeira.
No primeiro capítulo, Muniz tenta identificar a "filosofia do corpo" que se esconde por trás do jogo da capoeira, traduzindo da forma mais direta possível a complexa rede que se oculta na arte da mandiga. Na segunda parte, Muniz se volta para a biografia do Mestre Bimba, mostrando como se confunde com a própria história de Salvador, e mesmo do negro nas primeiras décadas do pós-Abolição. Muniz afirma que Bimba e sua Capoeira Regional representaram um dos grandes momentos de afirmação da nova identidade negra em construção no século 20, conjuntamente com as Escolas de Samba no Rio de Janeiro e a Frente Negra em São Paulo. Nada mais justo.
O terceiro capítulo é um recuo no tempo, uma viagem pela conturbada história da capoeira antiga, com suas tradições regionalizadas - Rio, Bahia, Recife, São Luís, etc.. - e que converge para o aparente beco sem saída onde se encontrou no limiar da virada do século. E é a partir daí que surge a estrela de Mestre Bimba. Muniz é preciso quando define as variedades de estilos dentro da Capoeira Angola: um mais remoto, do princípio do século, que foi acusado de "lento e ineficiente" por Mestre Bimba, e uma outra Angola, esta criada por Mestre Pastinha a partir dos anos 40, de muitas formas paralela e simétrica a Regional de Mestre Bimba.
Novamente Muniz tem a coragem de afirmar o que muitos sabem, mas poucos falam: Mestre Bimba não estava sozinho, ele respirava o debate intelectual sobre a capoeira que emanava do Rio de Janeiro, e estava profundamente integrado ao seu tempo. Importante citar a afirmativa de Muniz de que Mestre Bimba jamais teve um intelectual de porte capaz de dar crédito no mundo dos letrados, e este teria sido um dos fatores explicativos do preconceito que se formou contra o Mestre. Em compensação Bimba foi hábil em conseguir respaldo político, do governador da Bahia Juraci Magalhães ao presidente Getúlio Vargas, o que colaborou fortemente para a descriminalização da capoeira em 1934, tributo que em geral é negado ao Mestre Bimba.
Mestre Bimba foi ainda um dos responsáveis pela consolidação do berimbau como uma das marcas indeléveis da arte da mandiga, na atualidade, já que nos idos da capoeiragem velha do Recôncavo faziam o papel do mestre musical a viola e o pandeiro.
Muniz também toca na face oculta da personalidade de Mestre Bimba: seu lugar nos mistérios do candomblé. Mestre Bimba era ogã (encarregado do atabaque) de uma das vertentes da religião dos orixás mais nebulosas e desconhecidas: o candomblé do caboclo.
O último capítulo é o mais triste, pois narra a lenta agonia do Mestre Bimba, vítima do descaso e do preconceito. Mestre Bimba começou a ser esquecido no exato momento em que os valores da democracia, da liberdade, da cultura e da vontade popular foram varridos pelo regime dos generais instalado em 1964.
Ele ainda viveu uma década, mas o desencanto com a Bahia - fruto deste tempo difícil - foi demais para ele. A ida para Goiânia parecia uma fuga, que afinal terminou com a morte.
Crédito: Carlos Eugênio Libano Soares (Historiador)
Mesmo depois de sua morte, o berimbau é hoje o símbolo maior da Bahia, graças às conquistas de Bimba. Ainda no início do século, uma época em que a capoeira era proibida por lei, ele criou a primeira escola de capoeira do Brasil e foi recebido por chefes de Estado, presidentes e governadores. No final da vida, exilado em Goiânia e esquecido por todos, caiu em depressão e morreu na miséria, enfartando depois de comandar sua última roda de capoeira. Desde 1978, seus restos mortais estão em Salvador, sua terra natal, depois de ter sido enterrado como indigente no estado de Goiás. Deixou 13 filhos, centenas de alunos, milhares de discípulos e um lema: "Capoeira é a arte do bem-viver!".
Descrente com a falta de apoio e reconhecimento á sua arte, Mestre Bimba e família aceita o convite do seu aluno Oswaldo Souza e muda-se definitivamente para Goiás, em busca de uma sociedade que aceitasse e valorizasse sua arte. Porém suas expectativas foram nulas e o Mestre Bimba veio a falecer no dia 05 de Fevereiro de 1974.
Em 12 de Junho de 1996, a Universidade Federal da Bahia, concedeu, por unanimidade o título de Doutor Honoris Causa a Manoel dos Reis Machado (Mestre Bimba).
MESTRE JAIR MOURA
Dono de uma biblioteca com farto material sobre a Capoeira Regional, o Mestre Jair Moura concedeu uma entrevista sobre Mestre Bimba, de quem foi amigo e discípulo.
Clique na imagem para ler a entrevista

Manchete do jornal TRIBUNA DA BAHIA em 06/02/1974, um dia após a morte de Mestre Bimba.
BAIANO, VOCÊ SABE QUEM É O HOMEM DESTA FOTO?
Quem passar pelo Pelourinho ou pela Praça Cayru hoje, vai ouvir o som de um berimbau, certamente. Se prestar atenção, vai notar que o som nunca foi tão triste: Um lamento que se espalha pelo ar e toma conta da cidade. Umas poucas pessoas trarão dentro de si, também, um lamento. Muitas, porém, não vão entender o porque da tristeza do berimbau. É que a grande maioria não sabe quem é e nem o que representou para a Bahia o homem da foto acima. Outros sabiam, se omitiram durante muito tempo e a partir de hoje estarão dizendo que ele é uma das glórias eternas da Bahia.
Baiano, você sabe quem é o homem da foto acima? Ele morreu ontem em Goiânia e sua mulher não quer que o corpo seja sepultado na Bahia.

MESTRE CEARÁ


Francisco Aloísio Teixeira Filho - mais conhecido como mestre ceará, capoeira no sangue. Cresceu na cidade de Fortaleza-Ceará. Grande divulgador da Arte Luta Capoeira. Foi o pioneiro a ministrar aulas de capoeira para deficientes visuais, auditivos e mental no Sul do Brasil. Onde tem medalhas de honra ao medito pelo belíssimo trabalho desenvolvido. Ministrou cursos e palestras por todos os estados brasileiros onde e conhecido através de seu carisma e humildade. Coordena trabalhos em varios estados brasileiros. Conta com o apóio de Professores, Instrutores e Monitores que passão adiante toda sua metodologia de trabalho nesses núcleos. Atualmente esta desenvolvendo um trabalho em Belo Horizonte capital de Minas Gerais. que tem como objetivo a inclusão social dos alunos. Da mesma forma que trabalha com criancas carentes, trabalha nos melhores colegios de Belo Horizonte, mostrando assim que a capoeira hoje e praticada por todos, indipendente de classe social. Sempre com objetivo maior a valorização da capoeira em todos os seguimentos da sociedade. Seu trabalho hoje pode ser visto ne internet, em revistas especializadas em jornais, pois tem reconhecimento de todos os Mestres de Capoeira do Brasil e do mundo. Sua meta e sempre tirar da capoeira profissionais qualificados, para poder sempre passar a capoeira realmente do jeito que ela é simples e objetiva…