terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Estudo Sobre os Toques do Berimbau

O berimbau é um instrumento que foi adotado pelos capoeiristas como o principal regente da orquestra da capoeira. Antigamente o atabaque era quem ditava o ritmo.
Estamos pesquisando os toques abaixo relacionados procurando associá-los ao jogo correspondente conforme descrição de Mestres, através de literaturas aqui citadas, (ver bibliografia) bem como através de entrevistas.





ANGOLA- Toque lento e cadenciado. Serve para jogo rente ao chão, lento e malicioso (Revista Praticando Capoeira, ano I, n.º 03).

BANGUELA- Jogo de dentro com faca - segundo Carybé em citação de Nestor Capoeira no livro: Os fundamentos da Malícia, ed. Record, pág. 119.

SÃO BENTO PEQUENO - Também chamado de "ANGOLA INVERTIDA" - Toque para um jogo amistoso, muito técnico (Revista Praticando Capoeira, ano I, n.º 04).

SÃO BENTO GRANDE DE ANGOLA -

SANTA MARIA -

APANHA LARANJA NO CHÃO TICO-TICO - toque para o jogo de apresentação em que os capoeiristas apanham dinheiro no chão com a boca (Revista Praticando Capoeira, ano I - n º 02, pág. 07).

AVISO - Toque para denunciar a presença do senhor de engenho, capitão do mato ou capataz (Revista Praticando Capoeira, ano I - n º. 02, pág. 07). Segundo dizem os capoeiristas mais antigos, servia para avisar aos escravos da presença do feitor ou capitão-do-mato (Mestre Bola Sete, em: Capoeira Angola na Bahia, pág. 66, ed. Pallas, RJ, 1997).

CAVALARIA - toque que imita o trotar do cavalo, avisando que há polícia nas proximidades. Esse toque foi criado por volta de 1920 para avisar a chegada da cavalaria de "Pedrito", um temido delegado de polícia que perseguia os capoeiristas (Revista Praticando Capoeira, ano I - n º 02, pág. 07). Antigamente servia para avisar aos capoeiristas, da presença da Cavalaria da Guarda Nacional (Mestre Bola Sete, em: Capoeira Angola na Bahia, pág. 66, ed. Pallas, RJ, 1997).



Capoeira Regional


Os toques de Regional inicialmente eram acompanhados por uma bateria inconstante que se apresentava de acordo com a decisão do Mestre Bimba, podendo conter um, dois ou três berimbaus. Tempos depois por sugestão de Decânio, a charanga resumiu-se a um berimbau e dois pandeiros.

AMAZONAS - criação de Bimba, era dificílimo de acompanhar tal a riqueza de ritmos, a sutileza das variações melódicas; poucos capoeiristas conseguiam obedecer aos seus comandos, mais raros ainda os que conseguiam executá-lo no berimbau.

Amazonas é um toque festivo para saudar mestres e visitantes. É chamado de hino da capoeira (Revista Praticando Capoeira, ano I, n.º 05).

BANGUELINHA - Jogo de dentro, colado, corpo a corpo, treinamento para defesa de arma branca.

BANGUELA - Jogo de dentro, colado, corpo a corpo, treinamento para defesa de arma branca.

Benguela - Toque para jogo compassado, curtido, malicioso e floreado (Revista Praticando Capoeira, ano I, n.º 05).

CAVALARIA - Jogo duro, pesado, violento.

IDALINA - jogo alto, solto, manhoso, rico em movimentos.

Idalina - Apresentação de jogo com facas, facões, porretes (Revista Universo Capoeira, ano I, n.º 03, agosto/99).

Idalina - Toque para jogo de navalha (Revista Praticando Capoeira, ano I, n.º 03).

IÚNA -Jogo baixo, manhoso, sagaz, ardiloso, coreográfico, exibicionista; retorno ao estado lúdico.

Iúna - Só para formados e mestres com movimentos de balões (Revista Universo Capoeira, ano n.º 03, agosto/99).

SANTA MARIA - Toque simples, porém rápido; permite jogo solto e alto aceitando bastante floreio.

Santa Maria - Jogo com navalhas (Revista Universo Capoeira, ano n.º 03, agosto/99).

SÃO BENTO GRANDE DE REGIONAL - Jogo ao estilo regional: forte, rápido, mais para violência que para exibicionismo; viril sem perder a malícia.

SÃO BENTO PEQUENO DE REGIONAL - São Bento Grande às avessas; um jogo mais suave, corpo a corpo, aceitando mais deslocamentos e malícia.

NOTA: As explicações feitas aqui, dos toques que estão SUBLINHADOS e em ITÁLICO, referentes a Capoeira Regional foram retiradas do livro de Ângelo Decânio: A Herança de Mestre Bimba, págs. 183 e 184.

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