Zumbi
Com as invasões holandesas (1624-1630), as fazendas e engenhos do Nordeste sofrem uma certa desorganização temporária, dada a atenção desviada dos senhores e governantes para a expulsão dos invasores, diminuindo por certo período, em conseqüências desse fato, a rigidez exercidas até então sobre o escravo.
Sedento para livrar-se do sofrimento, e aproveitando-se do incidente das invasões holandesas, os negros vêem chegar a grande possibilidade da fuga, escapulindo em massa para matas e agrestes nordestinos, formando os quilombos, sendo o Quilombo dos Palmares um dos mais importantes, sede maior de todos os outros redutos de negros fugitivos.
Líder dos revoltosos no Quilombo dos Palmares, Zumbi, ainda hoje, é símbolo de liberdade para os negros brasileiros e para os amantes dos ideais de justiça e igualdade social. Desse grande guerreiro, herdamos o respeito pela determinação, coragem e dignidade da raça negra. Descendente dos guerreiros imbangalas ou jagas, de Angola, Zumbi nasceu provavelmente em 1655, em um dos mocambos do quilombo.
Com poucos dias de vida foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e dado ao padre Antônio Melo em Porto Calvo. O padre criou o menino, batizando-o como Francisco. Com a educação recebida, aos 10 anos já sabia latim e português e aos 12 anos era coroinha. Em uma carta, o padre refere-se ao menino como dono de um “engenho jamais imaginado na sua raça e que bem poucas vezes encontrara em brancos.”
Aos quinze anos, o jovem Francisco, à procura de liberdade, foge das garras do padre Melo e retorna ao quilombo onde nasceu. Em Palmares, Francisco, o escravo foragido, recebe o nome de Zumbi e uma grande missão: defender o quilombo. Zumbi se aperfeiçoa nas chamadas lutas negras e em estratégias de ataque e defesa, conquistando a admiração e o respeito de todos no quilombo.
Os quilombos eram construídos por mocambos, grupamentos de choupanas que possuíam seu próprio líder. Pela sua descendência e valentia, Zumbi logo se torna líder de mocambo. Com um filho assassinado e outros dois aprisionados, Ganga Zumba, em 1678, o rei de Palmares faz um acordo de paz com os portugueses. Mas Zumbi não concorda com isso. Juntamente com seu irmão Andalaquituche, Zumbi se propõe a libertar todos os escravos, acolhendo os fugitivos de Ganga Zumba em seu mocambo.
Ganga Zumba morre envenenado e Zumbi torna-se o novo rei do quilombo de Palmares. Depois de constantes derrotas, até os brancos passam a respeitar Zumbi, chamando-o de capitão. Em 1694, foi atacado pelas tropas lideradas por Domingos Jorge Velho. Nesse episódio, caiu em um desfiladeiro, baleado duplamente. Essa queda favoreceu a criação do mito do herói que se suicidou para evitar a reescravização. Entretanto, em 1695, Zumbi voltou a atacar povoados em Pernambuco, mostrando que não havia morrido.
Traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo de Zumbi, o qual foi morto em 20 de novembro de 1695 (Dia da Consciência Negra). A cabeça de Zumbi foi decepada e levada para Recife e pendurada em local público até a total decomposição. O Quilombo dos Palmares foi destruído tendo sido o berço da Capoeira e foi o quilombo que reuniu o maior número de pessoas, cerca de 25 mil. Zumbi morre, mas seu exemplo permanece vivo, tornando-o símbolo da luta pela emancipação da raça negra.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Zumbi
Postado por
MESTRE CEARÁ
às
10:45
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